RAIVA e INCONSCIENTE


Por Swami Dayananda

Ser objetivo é a forma mais inteligente de se viver. Preciso ser objetivo com diversas coisas, e não serve entendê-las de forma geral, vagamente. Preciso olhar em profundidade para aspectos que são necessários compreender, arejá-los, para poder viver uma vida objetivamente. Este mundo está disponível para ser apreciado por todos, mas vivemos em um mundo de medos, ansiedades e projeções. Vivemos todos dentro de uma bolha. Por isso se faz necessário estourá-la para podermos respirar um pouco de ar fresco. Primeiro vamos entender a razão para essa subjetividade e depois ver o que é necessário para ser objetivo.
A ignorância pode ser um dos fatores envolvidos na subjetividade, sendo comumente o foco durante o ensino do Ved€nta. Ensinamos ‘o que é’ para se obter um conhecimento claro com referência à certas realidades. Esta é uma das partes. O segundo fator é o lado psicológico que não pode ser desconsiderado. Aquele que não deseja investigar suas questões psicológicas por serem muito dolorosas, tratam esse fator como algo meremante psicológico. Entretanto, nós iremos discutir isso.
Discutindo o lado psicológico
Quando um bebê nasce ele está completamente indefeso. Uma criança não é como um bezerro que luta para vir ao mundo, logo ficando sobre quatro apoios. Um bebê humano, talvez, estivesse protegido e seguro apenas enquanto não tivesse nascido. O corpo do bebê conectado ao da mãe, com seu próprio coração, contente movendo-se e flutando no útero, totalmente protegido, talvez no único período de toda sua vida. Preparando-se para começar uma vida independente. E que jeito de se começar uma vida! Para viver independentemente deve-se ter tudo que é necessário e pelo menos saber como pedir por elas. O recém-nascido mal pode fazer isso quando já inicia sua vida. Um minuto antes estava seguro e agora está desprotegido, completamente, desde o corte do cordão umbilical. É obrigado a iniciar sua jornada, uma jornada solitária. Sem conhecer nada. Com os olhos ainda fechados, sem abrí-los ainda, inicia sua vida com total confiança na pessoa que o recebe. Confiando plenamente. Talvez, vagamente, durante o período gestacional, o bebê tenha ouvido a voz da sua mãe. A mesma que ouve agora. Talvez, ele se sinta um pouco desconfortável se for entregue a uma pessoa com voz diferente da que estava habituada a ouvir. Um pequeno desconforto que não pode ser confrontado perante aquele que o alimenta. Ele só pode se entregar completamente a esta pessoa por não ser capaz de sobreviver sozinho. Como um organismo que é programado para sobreviver, sua única meta desde o começo é a sobrevivência. Não há outra. Se perguntássemos a um bebê, “Qual sua meta nesta vida?”, e se ele pudesse responder, diria, “Desejo sobreviver.” Não há outro desejo. Ele não irá responder, “Quero me tornar presidente do país.” A sobrevivência é a história não revelada de um organismo. A história de todos os organismos.
A confiança plena da criança
O bebê é inocente, ele mal pode se movimentar, sequer ir atrás de fontes para sua sobrevivência. Ele está entregue ao que chamo de confiança. Você sabe que tipo de confiança? A total confiança. Você só pode confiar plenamente em alguém que seja onisciente. Não é possível repousar sua confiança em alguém falível, mortal, suscetível ao envelhecimento, à doença e à morte. Não se pode confiar em alguém que só consegue criar coisas pequenas, e que diz não poder fazer mais nada além disso. Pode-se confiar muito menos em alguém que tem a capacidade de criar mas não mantém o que foi criado. Talvez, uma pessoa possa criar, possa sustentar sua criação, mas não possa internalizá-la, não consegue parar, como aquelas pessoas que não sabem a hora certa de parar de falar. Bem, uma pessoa como essa não pode ser confiável. Confiar cem porcento nesse tipo de pessoa é impossível. Você só pode confiar em alguém que não possua nenhum tipo de limitação, sob o aspecto de conhecimento e de śakti, energia. Seja qual for a forma de se olhar para esta pessoa, ele ou ela deve ser amplamente capaz, pois nessa pessoa você pode confiar cegamente.
Não obstante, a inocência da criança é o que possibilita esse tipo de confiança, tão necessária para um bebê. Como não pode se dar ao luxo à desconfiança, precisa confiar, e totalmente. O que siginifica confiar na pessoa que o alimentará e cuidará dele. Essa pessoa de sua confiança se tornará Īśvara, Deus, para a criança, e assim, em seu colo ela irá relaxar e dormir. Ao som da sua voz que balança o berço, embala-a em seus braços, o bebê irá dormir por se sentir seguro. Em seu nível de consciência há segurança por conta da confiança total. A segurança vem da confiança.
A destruição gradual da confiança total
Uma mãe é merecedora de confiança até seu celular tocar. Muito tempo atrás as pessoas costumavam bater à porta ou o telefone costumava tocar. Mas isso foi há algum tempo atrás. Hoje, os celulares tocam e a afastam de seu filho. A criança se sente desprovida por causa dessa inconstância. Você não está ao seu redor o tempo todo. Eu quero que você entenda isso cuidadosamente. Não podemos nos dar ao luxo de sermos ignorantes em certos assuntos. Precisamos saber.
A inconstância perturba a criança pois, para ela, a mãe deveria estar sempre por perto. Conforme a criança cresce, começa a reconhecer as outras vozes da família numa regularidade diferente da que foi ouvida quando ainda no útero, às vezes pela manhã e outras pela tarde. Outras apenas de tempos em tempos. E mesmo assim, é uma experiência relaxante e promove um senso de proteção. Bem, essa consistência por parte da mãe a faz sentir-se segura. Ela pode até não ter um trabalho. Aliás, uma mãe trabalhadora é uma nova expressão, já que as outras mães não trabalham. Elas trabalham na cozinha, no supermercado; trabalham em casa. Enquanto a mãe não se afasta do campo de percepção da criança ela se sente segura. Enquanto a mãe não adoece, ela se sente segura. Enquanto a mãe não partilha da atenção com outro bebê, a criança se sente segura. Enquanto a mãe não eleva a sua voz, a criança está segura. Desde que a mãe não discuta com outra pessoa, a criança está segura.
Você pode entender agora que conforme a criança cresce, a insegurança cresce junto, pois começa a perceber a falibilidade, a inconsistência. Onde está aquela total confiança? Foi violada e corrompida em todos os momentos.
Em uma estrutura familiar complexa a criança sempre encontrava um colo disponível para ela. Sentando-se no colo da avó ou de uma tia. Hoje em dia isso não existe mais, e mesmo que um colo esteja disponível, está ocupado por um laptop. Onde podemos encontrar um colo disponível? Não há um, por isso a criança cresce insegura, e assim permanece, constantemente procurando por segurança, a mesma que tinha antes de nascer.
Essa experiência, em especifico da criança, que permanece ao longo da sua vida, é o que chamamos de inconsciente. Todos os adultos têm a responsabilidade de trabalhar essa insegurança com a qual ninguém pode viver. Para viver inteligentemente e objetivamente é preciso entender o inconsciente minuciosamente. O insconciente interpreta tudo, corrompendo cada experiência e distorcendo tudo. Nada é visto da forma que é. É preciso se tornar consciente do insconsciente, e nós iremos.
Em sânscrito nós temos uma palavra equivalente ao termo inconsciente, este é “kaṣāya”, o controlador das nossas vidas e sobre o qual não temos controle algum. A natureza de kaṣāya, o inconsciente, é tamanha que você não tem como comandá-lo, visto que é algo fora do seu nível consciente. Abertamente falando, nosso comportamento mecânico vem do insconciente. As escrituras, como a Bahagavad Gītā e as Upaniṣads, também se referem aos problemas causados pelo insconciente. A palavra “ātmavan” que provém das escrituras, significa aquele que tem Ātma, e que todos nós possuímos. Ātma neste contexto é o conjunto kārya-kāraṇa-sanghāta, nosso complexo corpo-mente-sentidos. Ātmavan é o conjunto que exerce influência sobre a nossa mente e que revela nossa identificação, que é necessária para nos relacionarmos com o kārya das outras pessoas. Na verdade, toda a cultura hindu reconhece que esse tema precisa ser debatido.
Vamos procurar entender kaṣāya, o inconsciente. A criança, a sobrevivente, deseja seus deuses sempre ao seu lado. Obviamente, não deseja perdê-los ou a sua afeição. A criança espera que os pais estejam completamente desempedidos de limitações. Onde essa possibilidade existe? Na sabedoria do conhecimento, da força , da saúde, da longevidade e da constância, a mãe precisa estar livre das limitações, mas a verdade é que a mãe possui limitações. Quanto ao pai, ele possui ainda mais, não menos. Por esse motivo, conforme a criança vai crescendo, a plena confiança da qual ela usufrui vai sendo violada. O desamparo sentido por ela permanece. Uma criança de dois anos é indefesa. Já descobriu seu próprio ego, mas começa a descobrir cada vez mais limitações dos seus pais sem que precise se comunicar verbalmente com eles. A identificação não-verbal das limitações que corrompem a confiança é mortal. E a dor advinda disso causa a formação do inconsciente. A criança não pode se dar ao luxo de sofrer esse tipo de dor. Ela poderia morrer com essa dor. Por consequência disso, na natureza, vamos chamar assim por enquanto, há um dispositivo que nos permite esconder essa dor embaixo do carpete, o carpete que é a mente consciente. É o lado fugidio do ego, a sombra do Eu, que chamamos de insconsciente.

A necessidade de comunicação em casa
Quando não há comunicação entre os familiares em casa, é como se estivessem sempre andando sobre ovos. Já ouvi pais me dizerem, “Swamiji, nós nunca discutimos em frente dos nossos filhos.” Será que eles realmente acreditam que seus filhos não sabem que eles discutem? Bem, as crianças sempre conseguem sentir que algo aconteceu. Mais tarde, quando os pais aparecem rindo, a criança percebe algo por detrás daquela risada e permanece temerosa perante eles em sua casa. No Ocidente, um lar desse tipo é chamado de “disfuncional”. Você consegue compreender o que um lar como esse significa. Entre os pais não há entendimento, amizade ou alegria; e por conta disso, a criança vive com medo. Isso antes mesmo dela completar quatro anos e meio, sendo que o medo continuará anos a fio.

O inconsciente controla sua vida
Todos nós possuímos um inconsciente. É por conta disso que coisas acontecem com a gente, como krodha, a raiva. Não é que fiquemos conscientemente raivosos. A raiva é considerada um mahāpāpam, o grande inimigo, dentro de nós. A raiva nasce no inconsciente.
Relacionada ao desejo, há algumas escolhas envolvidas. Com relação à raiva, a escolha seria a entrega. Por isso não podemos decidir ficar raivosos. Você não pode conscientemente ficar com raiva mesmo se eu suplicar a você. Posso pedir que bata palmas, “Por favor, bata palmas.” Você poderia tanto bater palmas, ou não, já que a liberdade de escolha está literalmente em suas mãos. Quando eu disse, “Bata palmas, vamos lá, faça”, alguns responderam positivamente, outros não, e talvez você tenha pensado, como um típico indiano pensaria, “Os outros irão bater palmas, porque eu então deveria?” Em relação a isso há total liberdade, centrada na sua vontade. Você pode tanto decidir que sim quanto que não. Sendo assim, quando eu lhe disser, “Fique bravo por meio minuto”, tudo muda de figura. Não ficar bravo é uma coisa, mas ser incapaz de ficar bravo é outra coisa completamente diferente. Não fazer adharma é uma coisa, mas ser incapaz de fazê-lo é diferente. É um plano totalmente diferente no crescimento de uma pessoa. Você é incapaz de ficar bravo por meio minuto? Bem, uma pessoa fica brava, mas não o faz conscientemente, o que nos cabe dizer que isso acontece inconscientemente.
“Swamiji, não é que eu fique inconscientemente raivoso. É que sempre tem alguém que me deixa assim.” Não, é, sim, o inconsciente. Se alguém for capaz de deixá-lo com raiva, é por conta do inconsciente. Ninguém é capaz de fazer isso com você. Você se permitiu que ele ou ela o deixasse raivoso; e isso foi por conta do inconsciente. O que significa que você vive em um mundo que é sua própria projeção. Não há nenhuma pessoa ou algo no mundo que posso deixá-lo raivoso. A raiva é um sintoma. É o resultado e a expressão de uma dor que vive em seu insconsciente. Logo, o inconsciente é uma criança presa no tempo.
Todos nós possuímos uma criança em nós. Ela possui características lindas, como sua inocência e seu frescor. Oferta-lhe aquele olhar curioso, perguntas curiosas, como “o quê”, “por quê”, “como” e assim por diante. Todos nós possuímos ao mesmo tempo o frescor que vem do lado infantil fora de nós, quanto da criança interior ou do lado adulto.
Se o ego do adulto e da criança são um só e ao mesmo tempo integrados, então sempre olhamos para as coisas de uma maneira diferente, questionando as coisas, e nos mantendo curiosos. E precisamos dessa maneira de olhar para as coisas, esse frescor que neste momento está presente em nós. Mas, quando a raiva nos controla, o ciúme, ou o ódio, sentimo-nos possuídos.
Lidando com o inconsciente
Arjuna fez a seguinte pergunta, “Por que fazemos certas coisas mesmo quando não as queremos fazer?” Essa pergunta não é uma novidade. Já lhe disse que a resposta para isso é o inconsciente, a nossa criança interior. A nossa vida é controlada pelo insconsciente, por isso esse precisa ser arejado, trazido à tona e expressado. Em nossa vida, ele já se expressa de qualquer forma, mesmo sem nosso conhecimento. Se você não se der conta, irá continuar a se expressar durante toda a sua vida. Se você conhecê-lo, poderá processar as situações. Abraçando seus medos e suas ansiedades. Assim, conhecendo o que está acontecendo, fica mais fácil de entendê-los, pois você abre um espaço necessário provido pelo conhecimento, que é nossa única salvação.
Resposta em duas etapas
O espaço interior é formado por uma certa clareza e entendimento de tudo o que acontece com você. E disponibiliza uma parcela da sua mente com a qual você aprende a lidar consigo mesmo e com os outros. As coisas não acontecem apenas com você, acontece também com os demais. A forma específica como uma pessoa se comporta está relacionado com sua história. Eu consigo reconhecê-la apenas pela sua forma de se comportar, e esse reconhecimento me oferece um espaço, para que eu não reaja imediatamente à pessoa. A isso eu chamo de “resposta de duas etapas ao mundo”. A resposta instantanea seria, “Como você pode dizer isso?”, “Como você pode sequer dizer isso?”, “Como ousa dizer isso?”, são as respostas automáticas.
Com uma reação em duas etapas, você diria, “Ah, há uma história por detrás do comentário dessa pessoa.” Há espaço dentro de você para essa reflexão. Você reconhece que há uma razão para seu comentário; caso contrário, seria inaceitável e inadequado. Você entende que há algo por detrás do comportamento da pessoa, e escolhe responder à pessoa e não ao seu comportamento. Logo, sua reação seguiu as duas etapas.
Uma resposta em duas-etapas lhe oferta um descanso interno, um espaço interno para lidar com as pessoas de históricos diferentes sem perturbação, sem aceitá-los como seus. Você pode simplesmente dar um passo para trás e olhá-los carinhosamente. Aqui entra gentileza, compaixão e compreensão. Se todos seguissem essas etapas, todos seriam santificados. A santidade está há um passo de distância de todos nós. Para responder ao mundo conscientemente, primeiro você precisa fazer isso com seus próprios problemas. Você precisa primeiro abrir espaço para convidar suas raivas e medos.
Lidando com a raiva
“Swamiji, isso é tão diferente. Sempre fomos instruídos a controlar nossa raiva.” Se você controlar a sua raiva, dias depois, você irá sofrer de um tsunami. Nós não controlamos nossa raiva; mas sim a sua expressão. Por favor, entenda a diferença. Se você não expressar a sua raiva, não vitimará os seus filhos e nem seu companheiro. O seu companheiro não é sinônimo de um parceiro de discussões. Não devemos vitimar ninguém. “Controle sua raiva” é uma frase sem sentido. Você não pode controlá-la, porque ela não pede permissão para acontecer. Não pergunta, “Posso? Já estou esperando por algum tempo. Posso aparecer agora?”
Há tanta ignorância com relação à raiva que acabou se tornando um dos temas mais rentáveis da atualidade. Nesses workshops sobre “como controlar sua raiva”, eles costumam dizer, “sempre que estiver com raiva, pense nisso ou naquilo. Procure distrair sua atenção da raiva”. Se você fizer isso irá desenvolver “distracionite”! Para aonde irá a raiva? Você pode apenas controlar a forma como ela se expressa, usando a sua força de vontade conjuntamente com a ajuda de outras pessoas. Uma forma inteligente de se viver é procurar por ajuda quando necessário. Portanto, se for possível usar a sua vontade em conjunto com alguma ajuda, poderá evitar vitimar outras pessoas. A isso chamamos de dama, que significa bāhyendriyā nigrahā, o controle dos órgãos externos. Isso seria não vitimar os outros, mas já que a raiva está dentro de nós, estaríamos explodindo por dentro até os ouvidos.
Para evitar que isso aconteça, você a coloca para fora. O que significa que você se livra dela. Lidando com seu insconciente inteligentemente, você estará lidando consigo mesmo da mesma maneira. Você não pode continuar ignorante quanto a isso.
Quando um novo ano começa, fazemos um voto, “Vou escrever um diário”. Recentemente você pode ter feito isso. Por favor, cheque seu diário agora. Cheque todas as entradas do ano de 1999. Você deve ter algumas entradas pelos menos nas três primeiras páginas. O resto deve estar em branco e pode ter sido usado como rascunho. Pois é assim o destino. Por isso, não faça esses votos inúteis. Para quê fazê-los? Seja inteligente. Você sabe que não escreverá um diário, então, para que prometer? Da mesma forma, nunca diga, “A partir de agora, não ficarei mais com raiva.” Isso é errado. Você deveria dizer, “Eu aceito a minha raiva, não irei vitimar ninguém com ela. Não irei vitimar meus filhos. Não irei vitimar meu cônjuge. Não irei vitimar minha família, ou ninguém; não irei me vitimar com ela”. Isso é simplesmente perfeito. Não é certo vitimar as outras pessoas. Precisamos ser inteligentes. Precisamos lidar com a raiva sabiamente.
Aceitando a raiva
Nós devemos aceitar a raiva. Quando ela vier, não vitime ninguém, mas também não a rejeite. Tudo ficará mais fácil com alguma ajuda. Você pode se ajudar ou pedir ajuda a alguém da família e, assim, transformar um lar disfuncional em um funcional. Torne-o funcional informando às pessoas, “Nesta casa, a partir de agora, ninguém irá vitimar o outro por conta de sua raiva”. O que significa que quando você estiver com raiva, irá dizer, “Estou com raiva agora, iremos conversar mais tarde”. Diga aos outros também, “Quando estiver com raiva, me avise e conversaremos depois”. Confira-lhes força dizendo, “Sempre que eu estiver com raiva, por favor me lembre disso, para que não vitime as outras pessoas”. Diga isso aos seus filhos, que eles avisarão quando você estiver começando a ficar com raiva. Eles saberão. “Pai, você está querendo ficar com raiva”. Eles saberão e poderão relemebrar você. Eles também não deverão vitimar ninguém. Torne seu lar funcional. Você não poderá oferecer um legado melhor do que um lar honesto, puro onde existe compreensão. O crescimento, ou autodesenvolvimento está na nossa casa. Que tipo de casa temos quando estamos impotentes? Que tipo de casa é essa, que os filhos têm que fugir para seus quartos ou se esconderem porque o pai está chegando? O alerta da chegada do pai é como um aviso da chegada de um tigre. Com exceção do cachorro, todos ficam dentro da casa. Há algumas pessoas das quais até os cachorros fogem. E isso não é certo. Não é uma forma inteligente de se viver. Precisamos ser inteligentes. Repito, precisamos ser inteligentes.
O reconhecimento do inconsciente é uma descoberta. Portanto, tente não se culpar. Nenhuma criança é responsável pelo que aconteceu. É, sim, completamente inocente. O que não significa, no entanto, que os pais sejam os culpados. Eles têm seus próprios inconscientes para lidar. Não é necessário culpar ninguém; se pelo menos tivessem sido mais cuidadosos, teriam feito muito melhor, mas eles não o sabiam. E o resultado disso, são a dor e a raiva. Com o entendimento disso, você pode criar um lar, um lar funcional, sem resquícios de problemas antigos. Há diálogo e justiça. Até mesmo uma pequena cabana se torna o paraíso quando há diálogo, quando há entendimento. Você pode ser honesto quando não há vergonha. Você não precisa se envergonhar da raiva porque compreende que não há nada de errado com ela; que é apenas a expressão do seu inconsciente. É assim que você conseguirá mudar.
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Swami Dayananda Saraswati, é professor de Vedanta a mais de 40 anos, no ocidente e viajando pelo mundo inteiro, transmiti sua visão de maneira clara e direta e descontraída da compreensão da sociedade moderna e suas nuances desde 1976 a todos os estudantes.

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