O câncer, a Coca-Cola e o meu coração

O câncer, a Coca-Cola e o meu coração»

Na minha casa, Coca-Cola era bebida domingueira.  Lembro até hoje da sensação de não conseguir parar de beber o copo até o final. Com o tempo veio a neura do peso e acabei migrando para a versão Zero.
Refrescante!!! Fonte: freedigitalphotos.net
Nesses quase 40 anos eu já recebi diversas mensagens de alerta sobre “o ácido das colas”, o “ingrediente venenoso” e contaminações das mais diversas, até o boato da proibição da versão zero nos Estados Unidos. Muito spam… Mas nos últimos tempos tenho acompanhado a luta do Center for Science in the Public Interest (Centro para Ciência de Interesse Público, em tradução livre) com relação à coloração caramelo usada nesses refrigerantes (e daí estamos falando de diversas marcas, não apenas a da minha infância). Esse corante, o 4-metilimidazol, causou câncer em cobaias de laboratório.
O FDA (órgão regulador americano) parece não considerar que a quantidade de corante presente nas colas coloque a população em risco, mas continua estudando o assunto. Segundo o Food Insight, referência na área, os estudos ainda são muito inconclusivos  e não há evidências de que o corante caramelo cause câncer em humanos.
Pra complicar um pouco, o governador da Califórnia inseriu o 4-metilimidazol em uma lista de substâncias que podem causar câncer e essa decisão foi sustentada pela California Environmental Protection Agency (Agência de Protenção Ambiental da Califórnia). Portanto, na Califórnia, todos os produtos que carreguem mais do que a dose do corante considerada segura precisarão carregar o aviso sobre câncer no rótulo. Nesse caso não seriam apenas as colas, mas quaisquer alimentos com quantidade superior ao limite de 29 microgramas.
De acordo com o The Guardian, Coca e Pepsi já estão modificando suas fórmulas nos Estados Unidos e reduzindo a quantidade de 4-metilimidazol para evitar a mensagem negativa no rótulo. Por aqui, a ANVISA também regulamenta a quantidade permitida em alimentos, mas não há movimento de mudança no processo de fabricação, já que os produtos estão dentro dos limites impostos pela agência brasileira.
Então? Afinal as colas são mocinhas ou vilãs? A resposta é que não existe informação suficiente para que se bata o martelo. Seriam necessários 1000 copos de cola por dia para atingir a dose de corante a que as cobaias foram expostas, algo improvável para um ser humano normal. Mas qual será o efeito do consumo diário repetido ao longo de toda a vida? A partir de que dose surge o câncer? Não se sabe. Mas, por outro lado, a gente sabe que a quantidade de frutose (um tipo de açúcar) presente nos refrigerantes em geral é alta e pode sim colocar a saúde em risco se ingerida em grandes quantidades.
Portanto, é prudente evitar o consumo de refrigerantes em grande quantidade e procurar tomar a boa e velha água pra matar a sede. Isso não significa banir as colas e afins, mas usar com muita moderação. No caso dos bebês esse cuidado é ainda mais importante, valendo a pena retardar o início do consumo na infância. Não posso negar que tenho uma certa conexão com as colas, como muita gente da minha geração, mas também aprendi ao longo dos anos a importância de uma dieta variada, que traga nutrientes dos mais diversos e que permita que nosso corpo atinja o máximo de sua capacidade física.

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