O corpo não mente, o corpo revela...

Ombros caídos e andar pesado, ou postura ereta e andar leve, são linguagens do corpo a nos mostrar o que se passa conosco e com as pessoas que nos cercam. O corpo expressa o que a mente pensa e o coração sente. Hector Prestera e Ron Kurtz autores do livro “O Corpo Revela” mostram como as experiências vividas se transformam em padrões musculares fixos e influem na formação das nossas personalidades.
O corpo não mente. Seu tom, cor, postura, proporções, movimentos, tensões e vitalidade expressam o interior da pessoa. Esses sinais são uma linguagem clara para aqueles que aprenderam a lê-los. O corpo conta coisas sobre nossa história emocional e nossos mais profundos sentimentos, nosso caráter e nossa personalidade. O caminho oscilante e inconsequente de um bêbado e o andar leve e gracioso de um bailarino falam tanto do seu movimento através da existência quanto de seu progresso pelo espaço.
É frequentemente fácil reconhecer uma pessoa pela maneira de andar, mesmo à distância. Ao fazê-lo, usamos as mesmas pistas que nos falam de seu estilo de vida.
Uma cabeça pendente, ombros caídos, um tórax afundado e um andar lento e pesado refletem sentimentos de fraqueza e derrota, ao passo que uma cabeça ereta, ombros retos e soltos, um tórax respirando plena e naturalmente e um andar leve revelam-nos energia e autoconfiança. Tais padrões físicos tornam-se fixos com o tempo, produzindo crescimento e estrutura corporal e caracterizando não apenas o momento, mas a pessoa. Mais do que uma simples desilusão do momento presente, a postura esmagada de desesperança poderia estar apontando para uma vida inteira de infindável frustração e amargo fracasso.
Padrões e atitudes sustentam-se mutuamente
Padrões musculares fixos no corpo são de máxima importância para a maneira de uma pessoa ser no mundo. Eles se formam em resposta à família e ao primeiro ambiente. Uma criança pode ser tratada de várias maneiras pelos pais. Se a atitude geral em relação a ela resulta em sensações dolorosas, tal como a de abandono: “Vá-se embora! Não queremos”; ou em depreciações: “Você nunca faz nada certo”, então a criança desenvolve uma reação e um temperamento característicos. Poderia ser um estado de amargura e uma reação do tipo “Eu não preciso de ninguém” ou “Eu lhe mostrarei”. Qualquer que seja o sentimento, é também expresso fisicamente e se torna uma maneira de conduzir-se, um padrão muscular fixo e uma atitude definida em relação à vida, que provavelmente persistirão se nada for feito para mudá-los.
Estas atitudes e padrões musculares fixos refletem-se, intensificam-se e sustentam-se mutuamente. É como se o corpo visualizasse o que a mente acredita e o coração sente e, então, se adaptasse de forma harmoniosa. Isso dá origem a uma maneira de conduzir-se, como o orgulho pode inflar o peito ou o medo contrair os obros. O padrão muscular por sua vez sustenta a atitude, como, por exemplo, o andar relaxado, que torna cada ação mais difícil e, por conseguinte, faz com que a própria vida pareça mais opressiva.
Os sentimentos da mãe pelo filho e suas reações às necessidades físicas ou emocionais deste são os mais importantes determinantes de padrões fixos. Uma mãe que responde a essas necessidades com amor e compreensão ajuda a criança a sentir segurança, satisfação e prazer. Esses bons sentimentos promovem um crescimento saudável e sem tropeços e são uma forma de nutrição tão importante quanto o próprio alimento. A falta deste alimento é deformadora. Tanto quanto outra coisa qualquer, é esta deformação que o corpo revela.
Rigidez corporal restringe opções de vida
De uma forma ideal, o corpo é capaz de permitir o livre fluir de qualquer sentimento. É eficiente e gracioso em seus movimentos, consciente e receptivo a necessidades reais. Esse corpo possui olhos brilhantes, respira livremente, tem pele macia e um tônus muscular elástico. É bem proporcionado e os vários segmentos coordenam-se reciprocamente. O pescoço é flexível e a cabeça se movimenta com facilidade. A pélvis balança livremente. O corpo inteiro é desenhado eficientemente no que diz respeito à gravidade; isto é, em uma posição ereta, não há nenhuma luta contra a atração para baixo exercida pela ação da gravidade. O prazer e o bem-estar são os sentimentos característicos. Uma pessoa com tal corpo é emocionalmente flexível e seus sentimentos são espontâneos.
Os diversos padrões musculares fixos são desvios deste ideal. Eles restringem severamente nossas opões. Um padrão baseado na desesperança destrói a ambição. Um padrão baseado no temor mina a confiança e elimina as oportunidades para um contato íntimo e afetivo. Cada padrão muscular está associado a um determinado sentimento subjacente; dessa forma, o número de padrões básicos é até certo ponto limitado. Não há limite, contudo, para as nuaças e sutilezas de suas combinações. Esses sentimentos subjacentes e suas interações com as forças do crescimento produzem uma variedade infinita de personalidades. Pode ser mais correto falarmos de tendênicas e proporções do que tentarmos rotular as pessoas como um tipo ou outro. Contudo, o corpo de cada indivíduo fala mais ou menos claramente dos padrões que possui.
Para observar esses padrões e ler as mensagens que eles contêm é necessário estarmos dispostos a aceitar o que quer que esteja lá. Não é apenas uma questão de ver com os olhos; é mais um sentir com o coração e um sutil captar de energias e vibrações não explicáveis com facilidade. Quando nos abrimos sem medo e conscientemente deixamos que os outros indivíduos atuem sobre nós, vemos seus padrões, captamos suas energias, sentimos sua dor, e os conhecemos. Assim, o que o corpo revela encontra-se tanto dentro de nós como dentro de alguém que estejamos tentando conhecer.

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